
Francisco Pereira Machado agradece a nomeação para sócio honorário da APIC, que vê como um “reconhecimento” dos seus pares. Sublinha a importância do respeito pelos doentes. Tornou-se um exemplo para os médicos mais jovens que com ele privaram e que teve o privilégio de ensinar. “Esta foi uma das minhas missões e que, hoje, tanto orgulho me dá.”
Sempre quis ser médico? Quando é que percebeu que a Medicina seria o seu futuro?
Francisco Pereira Machado (FPM) – Sim, desde que me lembro. O meu Pai era médico e ainda muito novo, teria os meus 15 anos, comecei a ser desafiado pelos seus colegas a assistir às intervenções cirúrgicas que iam realizar, o que veio aumentar o entusiasmo que já tinha pela Medicina.
Foi muito influenciado, já não tinha como escolher outra profissão?
FPM – Influenciado… Talvez, mas sempre quis ser médico, tanto assim que passava horas a vasculhar a biblioteca do meu Pai. Assim sendo nunca pensei noutra profissão.
Formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e fez o seu internato policlínico no Hospital de Santa Maria e, depois, no Hospital de Santa Cruz. Que memórias guarda desta época de início de carreira?
FPM – Memórias… As melhores! Era uma paixão, a curiosidade não me deixava parar. Passava os dias no hospital e era voluntário para tudo.
A minha ideia, no início, não era ser cardiologista, queria fazer algo diferente! O meu objetivo era ir para os Estados Unidos, trabalhar em Imunologia, no tratamento da doença neoplásica.
Em 1980, tinha tudo programado para ir fazer investigação nesse campo que, anos mais tarde, veio permitir dar um passo de gigante no controlo de algumas neoplasias, o que mereceu o Prémio Nobel da Medicina e Fisiologia em 2018. Era o futuro, mas demorou 40 anos a acontecer!
Mas, porque é que optou por Cardiologia?
FPM – A seis meses de partir para os Estados Unidos, ainda ligado ao Hospital de Santa Maria, perguntaram-me se queria ir, como voluntário, para o Hospital de Santa Cruz, o que aceitei. Estávamos em 1980.
Quando entrei em Santa Cruz, senti que estava num mundo diferente. Os poucos médicos que integravam o Serviço de Cardiologia Médico-Cirúrgica, tinham trabalhado fora de Portugal, eram especiais não só como profissionais, mas também como pessoas… Espírito aberto, dando oportunidades aos mais novos, como eu. Aproveitei o que me foi oferecido, “fiquei agarrado”.
Penso que ao longo dos 28 anos em que trabalhei em Santa Cruz, contribuí para o desenvolvimento de uma Cardiologia moderna:
- Centro de Excelência, Trabalho em Equipa e Medicina Centrada no Doente;
- Motivação, Rotinas Estabelecidas, Protocolos Estruturados e Investigação Científica complementar à atividade clínica.
Então, quando decidiu “trocar” a Imunologia pela Cardiologia percebeu logo que seria na área da intervenção?
FPM – Santa Cruz esteve na base da minha decisão. Quando abriu o Laboratório de Hemodinâmica e nasceu a Cardiologia de Intervenção, mais uma vez, dei um passo em frente, tentando aproveitar, até ao limite, o campo que se me abria.
A organização, o rigor, a vontade de inovar, implantando novas técnicas de diagnóstico e terapêutica, o trabalhar para o doente, levou-me a “vestir a camisola”, logo no início.
O dia não tinha horas suficientes para tudo o que queria fazer e estou grato a quem me deu a oportunidade.
Foi pioneiro em Portugal, numa série de intervenções, como seja a primeira valvuloplastia mitral de balão, alguns tipos de angioplastias, entre outros. Consegue identificar os três momentos mais desafiantes da sua carreira?
FPM – É difícil escolher os momentos mais marcantes da minha carreira, como Cardiologista de Intervenção:
- Em 1987, fiz a primeira valvuloplastia mitral de balão em Portugal.
- O envolvimento nas primeiras angioplastias diretas para tratamento do enfarte do miocárdio.
- A primeira ablação de fibrilhação auricular, com isolamento das veias pulmonares (1.ª a nível mundial) numa doente a quem, imediatamente antes, tinha dilatado a válvula mitral.
Posso destacar estes momentos, mas houve muitos mais e todos eles igualmente gratificantes. Não posso deixar de salientar que nada disto se faz sozinho, o mérito pertence à equipa.
Qual a sensação de ser a primeira pessoa a realizar determinado procedimento no país ou no mundo? Existe uma espécie de “peso da responsabilidade” ou até mesmo de receio?
FPM – Peso da responsabilidade, sim, mas medo, não. Tudo foi, sempre, cuidadosamente pensado e planeado.
E o Dr. é o responsável por isso…
FPM – Sim, fui responsável ou corresponsável pela introdução de algumas técnicas, mas não fui o único, longe disso. Por exemplo, a valvuloplastia mitral foi um marco fantástico, porque os doentes operados à estenose mitral ficavam, entre uma semana a 10 dias, internados. Os meus doentes, depois de os dilatar, iam, no dia seguinte, para casa pelo seu próprio pé.
Com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, fui aprender e treinar este procedimento à Arábia Saudita, onde havia um elevado número de casos de estenose mitral. Nesse mesmo ano, quando voltei, implantei a técnica em Portugal.
Depois, ensinei vários colegas que trabalhavam no Hospital de Santa Cruz e, hoje, é uma técnica completamente estabelecida.
Infelizmente não há tempo para fazer tudo, pelo que decidi dedicar-me à intervenção na doença coronária, nomeadamente ao enfarte do miocárdio, o que requer uma disponibilidade total.
Mesmo na Cardiologia de Intervenção existe subespecialização e esta surge pela complexidade técnica e necessidade de atingir níveis de excelência, o que requer formação e conhecimentos específicos.
Sentia uma espécie de satisfação por salvar vidas?
FPM – É isso mesmo! É fantástico ver um doente chegar ao hospital cheio de dores, a sofrer horrores, e passado cerca de 1 hora estar a falar como se nada tivesse acontecido.
Infelizmente a maioria dos doentes com enfarte agudo do miocárdio morre antes de chegar ao hospital. A mortalidade hospitalar é muito baixa nos centros onde é possível fazer angioplastia direta. Intervencionei milhares de doentes, incluindo familiares diretos. Era a minha vida. Foi a minha vida, sempre.
Antes de seguir Medicina foi militar e combateu na Guerra do Ultramar. Em que medida essa experiência influenciou a sua prática clínica?
FPM – Ter combatido na guerra de África, como oficial dos comandos, influenciou a minha formação enquanto homem. O rigor, a disciplina e o planeamento levado ao mais ínfimo pormenor foram essenciais nesse sentido.
Ter, aos 20 e poucos anos, sob as minhas ordens um grupo de combate, por cujas vidas respondia é uma responsabilidade que marca!
De certeza que é uma experiência que marca…
FPM – Sim, marca imenso. Não é normal, hoje em dia, uma pessoa com cerca de 22 anos ter este tipo de experiência. Porque não estamos em guerra; porque não é a realidade portuguesa; e porque não há quase ninguém com 20 anos que tenha este tipo de responsabilidade.
Isto ajuda a forjar a personalidade e marca muito no que respeita ao rigor. Cumprir. Fazer bem as coisas, porque se assim não for alguém morre.
Pensando bem, isso influenciou também a minha prática clínica. Eu costumava dizer aos colegas que ensinei: “Entrar é fácil. Temos de saber como sair”.
Quando um médico faz uma intervenção tem de saber como resolver as situações não previstas que possam ocorrer e que acontecem quando menos se espera. Isso foi algo que sempre transmiti aos muitos profissionais que ensinei.
Falando especificamente da Cardiologia de Intervenção. Quais os avanços desta área que destaca nos últimos anos?
FPM – O material que utilizamos hoje para dilatar artérias e tratar o enfarte e todas as outras cardiopatias não é comparável ao que usávamos quando comecei. A implantação de válvulas aórticas e a intervenção na válvula mitral por via percutânea são avanços incríveis.
A arritmologia deu também passos de gigante, não só na deteção e no tratamento das arritmias malignas, mas também como precioso auxiliar em alguns casos de insuficiência cardíaca.
É também um avanço poder trabalhar em blocos operatórios híbridos (salas híbridas) com equipamento de imagem multidisciplinar, que se quer integrado, cujo uso em tempo real permite efetuar, com segurança, cirurgias complexas, abertas ou minimamente invasivas e procedimentos percutâneos, por vezes simultaneamente. Possibilitam, inclusivamente, converter procedimentos percutâneos em cirurgia aberta.
A Cardiologia de Intervenção evoluiu muito desde que começou até aos dias de hoje?
FPM – A evolução é enorme no diagnóstico, no material usado, na medicação coadjuvante, nas indicações e na diversidade de procedimentos que é hoje possível fazer.
Apesar da necessidade de adequar os procedimentos a cada um dos doentes, em particular, a criação de protocolos e rotinas, permitem estandardizar as intervenções, com melhoria significativa dos cuidados prestados e economia de recursos.
Tive a sorte e o privilégio de acompanhar e intervir neste processo desde o início.
Quais considera serem os maiores desafios atuais e futuros da Cardiologia de Intervenção?
FPM – O que se faz hoje, é o reconhecimento e o tratamento da doença já estabelecida.
No futuro é a interpretação e a aplicação da informação genética que vai prevalecer, usando-a na prevenção e tratamento da doença.
O objetivo é eliminar a doença cardiovascular, como a maior ameaça a uma vida normal, produtiva, longa e saudável.
Pensava-se que, em 2021, a atividade da Cardiologia de Intervenção ia diminuir graças à prevenção, mas continua a subir e de forma cada vez mais eficaz.
Só quando houver a denominada smart prevention, que envolva o conhecimento e a engenharia genéticos, vamos conseguir evitar que os doentes precisem tanto do nosso apoio.
Hoje, nos EUA, há 735 mil novos enfartes por ano e morrem 610 mil doentes com doença cardiovascular (DCV) por ano. 1 em cada 6 dólares do Sistema de Saúde americano é gasto para tratamento da DCV.
Com a prevenção personalizada, como disse, a necessidade de intervenção na DCV vai diminuir. Se nada mudar a projeção para 2035, nos EUA, é a seguinte:
- A DCV continuará a ser a principal causa de morte.
- O número de pessoas com DCV subirá para 135 milhões (45 por cento da população).
- Os custos com a DCV duplicarão, de 555 biliões de dólares para 1,1 trilião de dólares. Estes mesmos custos triplicarão nos doentes com mais de 80 anos.
- O mercado de devices aumentará 7,1 por cento por ano (dados da RTI international/AHA, 2017). É preciso e é urgente prevenir isto!
O que teria mudado na Cardiologia de Intervenção em Portugal?
FPM – Provavelmente nada! As coisas evoluem de forma gradual. Não posso dizer que não inventámos nada, porque não é verdade, mas o intercâmbio de ideias e pessoas é fantástico e não é só de agora.
Todos nós, que trabalhamos em Cardiologia de Intervenção, fomos lá fora ver como se faz ou até ensinar. O conhecimento vai aparecendo de várias fontes e vai construindo as habilitações e competências.
Atualmente, temos gente nova muito boa a trabalhar, que teria lugar em qualquer hospital do mundo, mas que, felizmente, prefere ficar em Portugal.
O que falta ainda fazer no âmbito da Cardiologia de Intervenção?
FPM – Falta investir no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e na formação. Há poucos centros a fazer formação de qualidade; o Estado tem de investir nas pessoas, médicos, enfermeiros, técnicos, assistentes, etc.. Motivar os profissionais e dar-lhes condições de trabalho.
Todos têm que ser compensados pelo que fazem. Para trabalho igual, salário igual. Contudo, as pessoas não trabalham todas da mesma forma, com o mesmo empenhamento e a mesma qualidade. Há que reconhecer os melhores e compensá-los e este investimento tem que ser feito.
Qual o impacto da pandemia covid-19 na Medicina em geral e mais especificamente na Cardiologia de Intervenção?
FPM – Durante muito tempo, os doentes tiveram receio de se deslocar ao hospital parar serem observados não comparecendo, inclusivamente, para fazer os exames anteriormente marcados.
Muitas vezes chegavam em estado de doença muito avançado. Ficaram para trás, especialmente, os doentes assintomáticos. Não houve controlo eficaz dos fatores de risco. O acompanhamento dos portadores de doença deve ser feito regularmente.
Muitas mortes e situações de doença crítica e por vezes irreversível, teriam sido evitadas, se tivesse havido regularidade no acompanhamento. Isto aconteceu em todas as especialidades.
Durante estes dois anos, as pessoas foram abandonadas. Só chegavam ao hospital aqueles que tinham mesmo de lá ir, porque não conseguiam suportar o sofrimento. Isso foi gravíssimo!
Mudando um pouco de assunto, é casado e tem duas filhas. Qual o papel desempenhado pela sua família ao longo de todo o seu percurso pessoal e profissional?
FPM – Foi sempre de grande apoio, muitas vezes, com enorme sacrifício. Um pilar que me suportou e às minhas ausências e sem o qual não teria conseguido fazer o que fiz e a quem estou infinitamente grato!
A nossa entrega total só é possível com a compreensão e ajuda da família.
Foi sempre compreendido?
FPM – Sempre! Eu fui médico de várias pessoas da minha família e de muitos amigos. Todos compreendem. Sabem o que os doentes sofrem e sabem o apoio de que precisam, mas que muitas vezes não têm!
Afortunados aqueles que, hoje em dia, têm alguém conhecido na área da saúde, para poderem ter uma consulta e serem tratados a tempo. O acesso aos cuidados de saúde não é fácil. Veja-se as listas de espera…
Normalmente, as urgências são tratadas. Mas os que estão antes da urgência ficam para trás e só quando se tornam uma urgência é que são tratados!
Isto não pode acontecer. Esta realidade tem de ser mudada e, para tal, é preciso que se faça um investimento nos meios e nas pessoas.
Não basta dizer que o SNS é universal e tendencialmente gratuito, porque não funciona e as pessoas têm de procurar ajuda em outro lado. Se o SNS cobrisse todas as necessidades, provavelmente não haveria tantas unidades de saúde privadas.
A fotografia é uma paixão sua. Quando e como começou a fotografar?
FPM – A fotografia é uma das minhas paixões sim, mas a minha grande paixão é África. Conheço muito deste continente. Conheço Angola toda. Vivi e dormi na mata centenas de noites, à chuva, dentro e fora de água… África é fantástica! Tem sítios lindos, onde não há nada destruído pela mão humana.
Vou a África regularmente e foi lá que comecei a fotografar. Mas também tenho a música, a leitura e o desporto como hobbies.
Ia perguntar-lhe de que forma a fotografia influência o seu olhar sobre o mundo. Mas, no fundo, parece que aconteceu exatamente o contrário, o seu olhar sobre o mundo é que o levou a gostar de fotografia…
FPM – Exatamente, para mostrar aos outros aquilo que eles não têm hipótese de ver!
Foi nomeado sócio honorário da APIC. O que é que esta distinção significa para si?
FPM – É um reconhecimento. Tenho consciência daquilo que fiz, de quem ensinei e sei quem são as pessoas que me querem homenagear. Muitas foram ensinadas por pessoas como eu.
No Hospital de Santa Cruz, tive oportunidade de ensinar muitos internos, de lá e de outras instituições, assim como profissionais já especialistas (ensino pós-graduado).
Obviamente, agradeço a homenagem, mas não tenho de ter falsa modéstia. Significa o reconhecimento dos meus pares pelo meu percurso profissional ao longo de todos estes anos.
Que conselhos deixa aos jovens cardiologistas de intervenção?
FPM – Primeiro, que sejam humildes, porque ninguém nasce ensinado. É preciso não esquecer que estamos a tratar doentes, em sofrimento. Discutam o caso do seu doente, em reuniões multidisciplinares. O doente não é só coração. Não tomem decisões precipitadas. Aproveitem o conhecimento dos mais experientes e reconheçam as suas limitações. “O ser possível fazer, não quer dizer que eu consiga…”
Ter doença coronária não é sinónimo de intervenção. Sigam as indicações. Aprendam com os erros dos outros e com os seus próprios. Conheçam todo o material disponível e o que vão usar, tão bem quanto as próprias mãos. Antecipem as complicações que podem surgir, assim como a forma de as resolver. Há congressos só de complicações e onde é discutida a sua resolução.
É preciso tirar muito tempo à vida pessoal, que todos nós merecemos ter, mas que, por vezes, não temos tempo para gozar.
E que mensagem deixa a todos os profissionais de saúde desta área?
FPM – Que se empenhem e que trabalhem o máximo possível, para bem dos outros, o que, certamente, lhes dará grande satisfação.
É evidente que estamos a passar um momento difícil, porque o país é pobre e o SNS está em grande crise, mas os doentes precisam de nós.
Os doentes que temos são complexos. Não têm só coração, também tem rins, cérebro, estômago, intestino… Temos de ter atenção, uma vez que, por complexo que é, o doente é multidisciplinar.
Muitas vezes, os doentes a quem tratamos as coronárias são diabéticos, têm doença das artérias periféricas, já tiveram um AVC, têm fibrilhação auricular e estão anti-coagulados. Uma multiplicidade de pessoas já teve ou tem cancro. A doença coronária e a neoplasia, em muitos casos, coincidem, tendo em conta a idade dos doentes e os fatores de risco.
Não tratamos artérias, tratamos doentes. Temos de pensar em tudo. É para isso que se fazem reuniões multidisciplinares, em que o doente é discutido antes de se tomar uma decisão.
Essa decisão é, praticamente, imediata quando se trata de um enfarte agudo do miocárdio, mas na maioria dos casos é preciso pensar em tudo antes de iniciar a intervenção.
Há três tipos de tratamento para a doença coronária: um, com medicamentos; outro, com medicamentos e dilatação das artérias; e outro, com medicamentos e cirurgia. Tudo isto é ponderado e é por isso que existe o chamado Heart Team, para discutir as indicações.
Algumas pessoas dizem que os médicos se julgam superiores. Não é isso! O que acontece é que, quando nos procura, o doente já vem numa situação de inferioridade: porque está doente; porque está deitado e muitas vezes porque está despido. Nós estamos em pé, vestidos e supostamente saudáveis.
Faz parte da nossa formação, como médicos, minorar esse sentimento de inferioridade e angústia, por parte do doente, de modo a deixá-lo à vontade. Assisti a situações que me ensinaram muito, porque modificaram a minha maneira de ser e de atuar perante os doentes.
Devemos lembrar-nos disso e ser um exemplo, não só para os nossos filhos, mas também para quem trabalha e aprende connosco. Essa foi sempre uma das minhas preocupações.
Trabalhei e trabalho com pessoas fantásticas, que ajudei a formar, e isso enche-me de orgulho!
Trabalhei 28 anos no Hospital de Santa Cruz, hoje já não trabalho no Serviço Nacional de Saúde. Felizmente, consegui construir no Hospital da Luz, um Serviço de Cardiologia que se tornou uma referência, o que também me enche de orgulho.