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PERGUNTAS FREQUENTES

Aqui encontra resposta às questões mais frequentes sobre os temas da Cardiologia de Intervenção. Gostava de ver outra questão respondida? Por favor envie um email para apic@spc.pt. As questões mais relevantes terão resposta neste espaço.

Apesar do coração não possuir recetores específicos para a dor, várias das suas fibras com origem em recetores mecânicos e químicos cruzam-se com fibras nervosas que transmitem informação de dor proveniente de outras áreas anatómicas. Por este motivo, a dor cardíaca é habitualmente sentida no peito, no membro superior esquerdo, no pescoço ou na mandíbula.

Ou seja, quando as células cardíacas são privadas de oxigénio, surgem estímulos nervosos que são interpretados pelo cérebro como dor proveniente de outras áreas.

 


O enfarte raramente é silencioso. Habitualmente, desencadeia uma sensação dolorosa ou de desconforto acompanhada de outros sintomas. Contudo, tratando-se de uma dor visceral de localização mal definida, é por vezes de difícil interpretação pelo doente e por quem o observa.

 


O risco de enfarte aumenta gradualmente com a idade e depende do género e da existência de fatores de risco (hipertensão arterial, tabagismo, elevação do colesterol). As tabelas de risco europeias são elaboradas para idades a partir dos 40 anos.

 


Todos os anos mais de 12.000 portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio. Em 2018, registaram-se em Portugal 4 620 mortes por enfarte agudo do miocárdio, ou seja, 4,1% da mortalidade global.

 


O enfarte agudo do miocárdio é uma emergência e requer uma intervenção que permita desobstruir a artéria e assim salvar o músculo cardíaco. O mais frequente é ser feito com recurso a um cateterismo cardíaco para desobstruir a artéria. A precocidade do tratamento é extremamente importante para reduzir o risco agudo de morte, para preservar o músculo cardíaco e reduzir o risco de sequelas crónicas.

Dependendo da gravidade e tratamento realizado, podem existir sequelas que carecem de seguimento pelo seu médico (ex. insuficiência cardíaca, risco de arritmias e de morte súbita, etc.).

 


  • Tenha um estilo de vida saudável
  • Trate e previna os fatores de risco cardiovascular
  • Tome sempre a medicação prescrita pelo seu médico
  • Não falte às consultas
  • Adira a um programa de reabilitação cardíaca

No hospital, a equipa de cardiologia de intervenção, efetuará uma angioplastia coronária. Este procedimento começa com uma simples incisão no pulso ou na virilha, através da qual é inserido um cateter que tem por objetivo tratar a obstrução da artéria coronária que está a causar o enfarte. Quase sempre, este procedimento termina com a implantação de um stent, um pequeno tubo de rede metálica que manterá a artéria aberta e permitirá o restabelecimento do fluxo sanguíneo. É importante que este tratamento ocorra o mais rapidamente possível após o início dos sintomas, reduzindo, assim, o risco de mortalidade, a reincidência de enfarte e as complicações associadas.


  • Tabagismo: deixe de fumar
  • Colesterol elevado: alimente-se de forma saudável
  • Diabetes: reduza o consumo de açúcar
  • Hipertensão arterial: reduza o consumo de sal
  • Stress: evite o stress
  • Antecedentes familiares de enfarte: informe o seu médico

O enfarte agudo do miocárdio caracteriza-se pela rotura súbita de uma placa de aterosclerose, com consequente formação de um coágulo sanguíneo à sua superfície, resultando na obstrução completa de uma das artérias coronárias, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Trata-se de uma situação clínica emergente e ameaçadora à vida em que cada minuto conta. Quando mais precoce for instituído o tratamento (desobstrução da artéria coronária), menos músculo cardíaco se vai perder e menor será o risco de sequelas do enfarte.


A doença coronária carateriza-se pela acumulação de depósitos de gordura associados a inflamação, a denominada aterosclerose, na parede das artérias que fornecem sangue ao coração (artérias coronárias). Esses depósitos causam um estreitamento ou obstrução das artérias coronárias, o que provoca uma diminuição dos níveis de oxigénio e nutrientes que chegam às células do músculo cardíaco. As principais doenças coronárias são a angina de peito e o enfarte agudo do miocárdio.


Nos casos mais graves, a cirurgia da válvula mitral pode ser o tratamento mais indicado, para reparar ou substituir a válvula cardíaca danificada. No entanto, metade dos doentes encaminhados para cirurgia não são operados, por razões relacionadas com outras doenças concomitantes, pela disfunção do ventrículo esquerdo ou pela idade avançada.

Nos últimos anos foram desenvolvidas inovações importantes no campo do tratamento e já existem em Portugal vários dispositivos percutâneos, minimamente invasivos, disponíveis ou sob investigação.


O diagnóstico é feito com base nas caraterísticas do sopro cardíaco ouvido, pelo médico, através da auscultação com o estetoscópio. O eletrocardiograma e a radiografia torácica podem confirmar o aumento do ventrículo esquerdo. A ecocardiografia é essencial e para avaliar o tamanho do ventrículo e da aurícula esquerda e a quantidade de sangue que está a vazar, de modo a avaliar a gravidade da doença.


Os principais sintomas são a falta de ar e o cansaço.


A fraqueza hereditária do tecido da válvula mitral, o “ataque cardíaco” ou as doenças do músculo cardíaco são as causas mais comuns da regurgitação mitral.


A regurgitação mitral é a segunda doença valvular mais comum em todo o mundo, e espera-se que a sua prevalência aumente nos próximos anos, com o envelhecimento da população.

Carateriza-se por um refluxo de sangue do ventrículo esquerdo para a aurícula esquerda através da válvula mitral, que se encontra incompetente. Sempre que o ventrículo esquerdo bombeia sangue para a aorta, parte dele retorna para trás em direção à aurícula esquerda, aumentando o volume de sangue e a pressão nesse local. Este aumento de pressão na aurícula esquerda é transmitido a montante, nomeadamente aos pulmões, através das veias que os ligam ao coração. Os pulmões ficam como que encharcados em sangue e isto gera cansaço fácil. Por outro lado, a aurícula esquerda aumenta de tamanho para poder acomodar o sangue extra que vazou do ventrículo esquerdo, o que deforma o coração e pode levar a alterações do ritmo cardíaco ou até tromboses.


A campanha Valve For Life tem como objetivos:

  • Aumentar a consciência sobre a importância da doença cardíaca valvular na população em geral,
  • Facilitar o acesso a novas terapêuticas, tais como intervenções percutâneas valvulares
  • Melhorar os padrões educacionais, reduzir os obstáculos a referenciação e a idade de implementação da terapêutica
  • Reduzir a discriminação de género no acesso aos cuidados

A TAVI (“Transcatheter aortic valve implantation”) é uma técnica de implante percutâneo da válvula aórtica, um procedimento que permite tratar com sucesso os doentes com estenose aórtica grave, em idade avançada, que não têm indicação para cirurgia.


Cada vez mais o tratamento da estenose aórtica passa pelo implante de uma nova válvula cardíaca, através de um cateter introduzido por uma artéria (geralmente na virilha), sem necessidade de parar o coração. Demora cerca de uma hora e meia e pode fazer-se quase sem anestesia, com recuperação em dias.

Esta técnica minimamente invasiva é, para muitos especialistas, é o grande avanço da cardiologia dos últimos 20 anos.  Tem inúmeras vantagens em relação à cirurgia de peito aberto (cirurgia convencional) e diminui os riscos relacionados com o tratamento. Atualmente existem 5 centros públicos e 6 centros privados de Hemodinâmica, em Portugal, com capacidade para a realização desta cirurgia.


O ecocardiograma é um exame que permite diagnosticar a estenose aórtica e que pode ser realizado num consultório médico ou num hospital.

Depois de espalhar algum gel no peito do doente para ajudar o sensor de ultra-sons a deslizar mais facilmente, o médico irá colocar o sensor sobre a pele para obter imagens em movimento do coração e dos vasos sanguíneos que lhe estão próximos.


O diagnóstico da estenose aórtica pode ser confirmado com recurso à auscultação, ecocardiografia com doppler, seguindo-se muitas vezes um cateterismo cardíaco para completar o estudo.


Cansaço, dor no peito e desmaios.


A estenose aórtica é a doença valvular mais comum. Afeta 32 mil portugueses, maioritariamente pessoas acima dos 80 anos, limitando as suas capacidades e qualidade de vida.

A aorta é a principal artéria do nosso corpo e transporta sangue para fora do coração. Quando o sangue sai do coração flui da válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica tem como função evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás. Na presença de estenose, a válvula aórtica não abre completamente, ficando cada vez mais apertada, o que diminui o fluxo sanguíneo do coração para o resto do corpo. Se não for detetada e tratada atempadamente esta doença pode ter um desfecho letal.


O coração é formador por 4 cavidades: aurícula esquerda e direita e ventrículo esquerdo e direito. Entre casa aurícula e ventrículo existe uma válvula cardíaca assim como à saída de cada ventrículo. As 4 válvulas cardíacas fazem com que o sangue dentro do coração flua em sentido único, impedindo o seu refluxo. Quando isso não acontece podem surgir doenças como a estenose aórtica.


A melhor forma de prevenir a doença coronária aterosclerótica é a alteração dos estilos de vida: não fumar, reduzir o consumo de gorduras, açúcar e sal, praticar exercício físico de uma forma regular e evitar o consumo de bebidas alcoólicas.


A fibrilhação auricular é uma perturbação do ritmo cardíaco (arritmia) que se associa ao risco de acidente vascular cerebral (AVC). Nesta arritmia, o coração perde a capacidade de contração das aurículas. A estagnação de sangue nestas cavidades proporciona a formação de coágulos (trombos) que poderão deslocar-se e migrar para a circulação cerebral e provocar um AVC. O AVC continua a ser a principal causa de morte e incapacidade em Portugal e a fibrilhação auricular é responsável por cerca de um terço dos casos.


Uma CTO (Chronic Total Occlusion) é por definição uma situação em que existe uma obstrução total, isto é, de 100%, de uma artéria coronária, com mais de 3 meses de duração, não permitindo a passagem de sangue para irrigar o músculo cardíaco. Estas situações são encontradas em 18-20% dos doentes que efetuam um cateterismo cardíaco diagnóstico.


O stent ou endoprótese é um dispositivo médico composto por uma pequena rede metálica expansível que mantém a artéria aberta por forma ao sangue fluir naturalmente.


Para evitar um enfarte é importar adotar estilos de vida saudáveis: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o stress.


O risco de ter um enfarte aumenta se algumas das seguintes situações estiverem presentes:

  • Hábitos tabágicos;
  • colesterol elevado;
  • diabetes;
  • hipertensão arterial;
  • familiares diretos com história de enfarte

Alguns destes fatores de risco podem ser modificados ou prevenidos, essencialmente se forem adotados estilos de vida saudáveis como deixar de fumar, prática de alimentação saudável, em particular através de diminuição de sal na comida, e prática de exercício físico. Outros podem ser ajudados a controlar através de medicamentos, como a diabetes a hipertensão e o colesterol elevado.


Atualmente, a angioplastia coronária é o melhor tratamento para o enfarte agudo do miocárdio.

No hospital, o cardiologista de intervenção irá efetuar uma angioplastia coronária que consiste na colocação de um cateter fino na artéria obstruída, através do qual se introduz um balão que quando insuflado permite a abertura da artéria e o restabelecimento do fluxo sanguíneo. Na maioria das vezes, este procedimento é complementado com a colocação de um stent, um pequeno tubo de rede metálica que mantém o vaso aberto.


Os sintomas mais comuns, para os quais as pessoas devem estar despertas, são a dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Normalmente os sintomas duram mais de 20 minutos, mas também podem ser intermitentes. Podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente, ao longo de vários minutos.


O enfarte agudo do miocárdio, ou ataque cardíaco, ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um coágulo devido à rutura de uma placa de colesterol.


A angioplastia é um procedimento médico que usa técnicas endovasculares, isto é, através de um tubo muito fino (cateter), introduzido no corpo do doente por via minimamente invasiva, é dilatada uma artéria para melhorar o fluxo sanguíneo e colocada uma rede metálica expansível (stent ou endoprótese) para que a artéria não volte a ficar estreita. A angioplastia é realizada por cardiologistas de intervenção nos laboratórios de hemodinâmica dos hospitais.

O bypass coronário, por outro lado, é uma intervenção cirúrgica, feita sob anestesia geral,  que constrói uma ponte que permite que o sangue flua normalmente. Essa ponte liga dois segmentos saudáveis da artéria, evitando a obstrução do fluxo sanguíneo para o coração.  O bypass coronário é realizado pelos cirurgiões cardíacos nos blocos operatórios dos hospitais.

Tanto a angioplastia como o bypass coronário permitem o tratamento da doença arterial coronária.


O bypass coronário é uma intervenção cirúrgica cardíaca em que se utilizam artérias (habitualmente do peito) ou veias das pernas que funcionam como condutos para levar o sangue para as artérias coronárias, quando estas se encontram obstruídas. Sendo uma alternativa à angioplastia coronária, o bypass é geralmente utilizado nos casos mais graves, em que várias artérias coronárias estão obstruídas.


Uma angioplastia coronária é um procedimento médico invasivo, realizado por um cardiologista de intervenção, que tem como objetivo melhorar o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias. Este procedimento consiste na desobstrução desses vasos através da implantação de uma rede metálica tubular, o stent. A angioplastia pode estar indicada quando placas de colesterol ou coágulos de sangue obstruem, parcial ou totalmente, as artérias coronárias, comprometendo o seu fluxo.


O cateterismo cardíaco é um procedimento médico invasivo, realizado por um cardiologista de intervenção, no qual é inserido um pequeno tubo (cateter) através de uma artéria do pulso ou da virilha até ao coração. Através do cateter é possível injetar contraste diretamente nas artérias coronárias, os vasos sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco, permitindo identificar a presença de obstruções, bem como avaliar a sua gravidade. Além de auxiliar no diagnóstico de doenças, como por exemplo a angina de peito, este procedimento pode também ser utilizado em situações de emergência, como no enfarte agudo do miocárdio, permitindo o diagnóstico e a desobstrução imediata da artéria que ficou ocluída.


A Cardiologia de Intervenção é uma subespecialidade da Cardiologia que garante a competência de um médico cardiologista na execução e ensino de técnicas de diagnóstico e tratamento percutâneas, como por exemplo, um cateterismo cardíaco ou uma angioplastia.


A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) é uma Associação Especializada da Sociedade Portuguesa de Cardiologia que tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de outras atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Uma das áreas fulcrais neste contexto de atuação está relacionada com o tratamento do Enfarte Agudo do Miocárdio e da Estenose Aórtica.


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