A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) acaba de emitir um documento com as orientações para a atividade da sub-especialidade durante a pandemia COVID-19.
“O documento, que congrega um conjunto de considerações obtidas por consenso interno, pretende de uma forma objetiva orientar a atividade da Cardiologia de Intervenção durante este difícil desafio, de responder à pandemia COVID-19, ao mesmo tempo que mantemos a assistência necessária na prevenção, diagnóstico e tratamento das restantes doenças”, refere João Brum Silveira, presidente da APIC.
O documento tem como objetivos: manter o tratamento de toda a doença cardíaca em que o risco de vida é considerável, durante a duração da pandemia COVID-19; proteger os doentes cardíacos estáveis do contacto desnecessário com o Hospital; libertar todos os recursos possíveis para a resposta à pandemia; manter a capacidade de resposta da Cardiologia de Intervenção; e proteger os profissionais de saúde e as suas famílias. A APIC recomenda testar para COVID-19 todos os doentes não urgentes antes da realização dos procedimentos e o contato com a equipa do laboratório de hemodinâmica antes da chegada do doente com suspeita ou confirmação, possibilitando assim a confirmação da existência e preparação do material de proteção adequado.
No enfarte agudo do miocárdio, deve ser mantida a revascularização coronária com elevação de ST, e deve ser adequada a estratégia invasiva no tratamento dos síndromes coronários agudos sem elevação de ST. O tempo de internamento deve ser reduzido, considerando alta hospitalar ao terceiro dia pós enfarte, se evolução favorável.
Nas situações não urgentes, face à pandemia COVID-19, a APIC recomenda que os cardiologistas de intervenção avaliem mensalmente, por teleconsulta, o estado clínico de todos os doentes em lista de espera, assim como o risco-benefício a três meses de adiar procedimentos de intervenção, coronário ou estrutural.
As recomendações completas podem ser consultadas em https://bit.ly/3b0ergI