12.ª Reunião VaP-APIC´23: O papel de Técnicos e Enfermeiros torna-se crucial na antecipação de problemas, na redução de possíveis complicações e no aumento significativo da relação custo-benefício – Entrevista com Nuno Alves e Romeu Cação

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O Curso de Acessos Vasculares para Técnicos/ Enfermeiros será um dos Cursos Pré-Congresso que antecederá a 12.ª Reunião VaP-APIC, contribuindo para o “reconhecimento da importância da atuação de Técnicos e Enfermeiros nas unidades de intervenção estrutural”. Nuno Alves, enfermeiro e co-coordenador da formação, juntamente com Romeu Cação, técnico e co-coordenador do curso, revelam mais detalhes desta iniciativa, destacando o que está agendado para esta manhã dedicada aos acessos vasculares.

 

Qual a importância e a pertinência de realizar um curso sobre acessos vasculares para Técnicos e Enfermeiros?

Nuno Alves/Romeu Cação (NA/RC) – A evolução dos cuidados de saúde e da sociedade têm colocado inúmeros desafios aos sistemas de saúde. A intervenção estrutural cardíaca nos laboratórios de Cardiologia surge como reflexo dos progressos da medicina, dos avanços tecnológicos, e da evolução das técnicas. A população alvo submetida a implantação de válvulas percutâneas em Portugal é, maioritariamente, de idade avançada, com comorbilidades associadas e acessos vasculares “doentes”, tortuosos e calcificados, pelo que é fundamental conhecer o sistema circulatório arterial e venoso por onde se implantam estas válvulas. A evolução de técnicas de realização de acessos é crucial e muito vantajosa para a maioria dos utentes-alvo. Torna-se, por isso, fundamental o mais recente e atualizado conhecimento científico nesta área. O papel de Técnicos e Enfermeiros torna-se crucial na antecipação de problemas, na redução de possíveis complicações e no aumento significativo da relação custo-benefício.

Quais os principais objetivos e avanços a focar?

NA/RC – Os principais objetivos do curso são conhecer os dados epidemiológicos da população abordada, as técnicas de avaliação de imagem prévias, técnicas de punção arterial, as opções de tratamento, sinais de alerta e gestão de complicações intra, peri e pós procedimento. Além disso, será possível identificar as mais recentes evidências científicas na área da Cardiologia de Intervenção neste ponto particular (acessos vasculares). É, também, nosso objetivo o reconhecimento da importância da atuação de Técnicos e Enfermeiros nas unidades de intervenção estrutural.

Quais são os principais desafios na gestão das complicações e dos sinais de alerta?

NA/RC – Os principais desafios na gestão das complicações e dos sinais de alerta são a deteção rápida de uma complicação vascular e a interpretação correta dos sinais de alerta, tendo em conta o tipo de procedimento arterial/venoso, os introdutores e/ou sistema de encerramento vascular utilizado, para atuação rápida e eficaz em conformidade. Não descurando as opções para o tratamento da complicação, como sejam as guias, balões e stent’s periféricos. Consideramos, igualmente, um desafio, o reconhecimento do potencial de oportunidades e crescimento na área dos acessos vasculares dentro da intervenção estrutural.

Quais as expectativas para este curso?

NA/RC – As expectativas são elevadas e visam o reconhecimento e aprofundamento da abordagem femoral, primordialmente utilizada nestes procedimentos, relembrando os conhecimentos prévios sobre esta via de acesso, abordando a utilização de sistemas de encerramento vascular por sutura, colagénio e/ou outros fundamentais para diminuir os tempos de internamento dos utentes com idade avançada e outras comorbilidades associadas. É nossa expectativa o reconhecimento da simbiose “acessos vasculares/cardiologia de intervenção estrutural” como uma técnica segura e duradoura, com ganhos para a saúde e utentes.

A quem se destina este curso e por que razão não o devem perder?

NA/RC – Este curso destina-se a todos os profissionais que exerçam funções em unidades de intervenção cardiovascular com intervenção estrutural, principalmente a técnicos e enfermeiros que trabalhem nas referidas unidades em Portugal. O curso permitirá a prática simulada de implantação dos dispositivos de encerramento vascular disponíveis no mercado.